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Bancários de todo o País entram em greve nesta terça-feira (6 de outubro) por tempo indeterminado. A paralisação é uma resposta à proposta insuficiente de 5,5% apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que não repõe sequer a inflação de 9,88% (INPC) e representa perdas de 4% nos salários e demais verbas da categoria. Durante os dias de greve, os clientes contarão com os serviços de autoatendimento nas agências bancárias e do Internet Bank.
Na base do Sindicato dos Bancários de Mogi e Região estão concentradas 72 agências, distribuídas em cinco cidades. Mogi é a que conta com o maior número, totalizando 36. Em seguida vem Suzano, com 17 e depois Poá, com 11. Biritiba Mirim e Salesópolis contam com quatro agências cada.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Mogi das Cruzes e Região, Francisco Candido, explica que as negociações começaram dia 11 de agosto e desde então foram realizadas seis rodadas de debates com a Fenaban. Em todas elas prevaleceu a intransigência dos banqueiros que não só recusaram o aumento real à categoria como apresentaram uma proposta que anula conquistas, traz perdas enormes e não contempla outras prioridades, como a garantia de emprego, o combate ao assédio moral e às metas abusivas
“Foi uma proposta descabida e vergonhosa. Os 5,5% de reajuste nos salários e verbas estão aquém da inflação de 9,88% no período e o do vale-refeição, de R$ 1,43 ao dia não paga nem uma coxinha. Quanto ao abono de R$ 2,5 mil, como não está incorporado ao salário, consequentemente não refletirá ao FGTS, à aposentadoria e ao 13º, gerando perdas enormes ao longo prazo. Além disso, temos de considerar as deduções de imposto de renda e INSS”, explica Candido.
Estão entre as reivindicações dos bancários o reajuste salarial de 16% (composto de reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), Participação nos Lucros e Resultados (PLR), piso e vales alimentação e refeição maiores, mais segurança, fim das demissões e da terceirização, além de melhores condições de trabalho com o combate às metas abusivas e ao assédio moral.
Candido afirma que os bancos têm reais condições de atender essas demandas, tendo em vista o lucro crescente acumulado a cada ano. Somente no primeiro semestre do ano, as cinco principais instituições financeiras do País - BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander - engordaram seus cofres em R$ 36,3 bilhões, que é 27,3% a mais do que o mesmo período do ano passado.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Mogi e Região, nos últimos dois anos as tarifas bancárias foram aumentadas 11 vezes mais que a inflação e 9,83 vezes mais do que pagam para os bancários:
“Somente com o que arrecadam com tarifas dá para cobrir toda a folha de pagamento e ainda sobra muito para contratar mais, o que melhoraria não só as condições de trabalho nas agências como o atendimento ao cliente. Temos motivos de sobra para não aceitar qualquer desculpa e estamos unidos e engajados para mostrar nessa greve toda nossa insatisfação com o tratamento que vem sendo dado à categoria”, reforçou Candido. |