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A greve dos bancários começou hoje (6 de outubro) com a paralisação de 22 agências da malha central de Mogi e do distrito de Brás Cubas. A estimativa é ampliar aos poucos o número de agências paralisadas na base de atuação do Sindicato de Mogi, que também abrange os municípios de Suzano, Poá, Biritiba Mirim e Salesópolis.
Sem qualquer previsão de uma nova rodada de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a greve segue por tempo indeterminado. Durante os dias paralisados, os clientes contarão com os serviços de autoatendimento e o Internet Bank, que funcionarão normalmente a exemplo do que ocorreu nesta terça-feira (6 de outubro).
Na base do Sindicato dos Bancários de Mogi e Região estão concentradas 76 agências, distribuídas em cinco cidades. Mogi é a que conta com o maior número, totalizando 38. Em seguida vem Suzano, com 19 e depois Poá, com 11. Biritiba Mirim e Salesópolis contam com quatro agências cada.
A paralização reflete a insatisfação dos bancários com relação a proposta de 5,5% e ao abono de R$ 2,5 mil não incorporado ao salário e demais verbas apresentada pela Fenaban. Além de não repor sequer a inflação de 9,88% (INPC), o índice representa perdas de 4% nos salários e demais verbas da categoria.
Estão entre as reivindicações dos bancários o reajuste salarial de 16% (composto de reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), Participação nos Lucros e Resultados (PLR), piso e vales alimentação e refeição maiores, mais segurança, fim das demissões e da terceirização, além de melhores condições de trabalho com o combate às metas abusivas e ao assédio moral.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Mogi das Cruzes e Região, Francisco Candido, destaca que as instituições financeiras têm reais condições de atender essas demandas, pois nunca estão em crise e a cada ano engordam seus cofres às custas da exploração dos funcionários e das tarifas exorbitantes cobradas dos clientes:
“Somente no primeiro semestre do ano, as cinco principais instituições financeiras do País - BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander – ampliaram seus lucros em R$ 36,3 bilhões, que é 27,3% a mais do que o mesmo período do ano passado. Isso sem contar que nos últimos dois anos as tarifas bancárias foram aumentadas 11 vezes mais que a inflação e 9,83 vezes mais do que pagam para os bancários. Portanto, com o que eles ganham daria para contratar muito mais, o que resultaria em melhorias para todos, bancários e clientes”, diz.
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