O Comando Nacional dos Bancários volta à mesa de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na terça-feira (27), que prosseguirão nos dias seguintes, até sexta-feira (30), com a expectativa de que seja renovada a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria com os bancos respeitando as reivindicações dos trabalhadores. A orientação é que todos utilizem nas postagens a hashtag #MerecemosRespeito, sempre marcando a Febraban (@febraban_oficial no Instagram e @Febraban para o X). "Merecemos respeito! Os lucros exorbitantes do setor bancário são fruto do trabalho das bancárias e bancários! Ainda assim, na última mesa de negociações, as empresas apresentaram uma proposta vergonhosa de reajuste salarial, com perda real de 0,57%", pontuou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. Dados do setor - Em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões no país. Estamos falando de lucro, já descontado impostos, provisões, gastos com funcionários e equipamentos; - No 1º semestre de 2024, o lucro dos cinco maiores bancos foi de R$ 60 bilhões, aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2023; - No Brasil, os bancos têm rendimento médio de 15% ao ano acima da inflação. A título de comparação, os bancos dos Estados Unidos têm rentabilidade média de 6,5% acima da inflação, na Espanha 10% e na Inglaterra 9%; - Ainda que representem 10% das instituições financeiras do Brasil, os bancos têm resultado nove vezes maior que as instituições de pagamento, respondendo por 71% do lucro produzido no setor financeiro, sem contar que muitos bancos são detentores de instituições de pagamento; - Além disso, os bancos detêm 82% do mercado de crédito do país e 81% dos ativos do mercado financeiro brasileiro; - Por outro lado, no último ano, 2023, os bancos tradicionais encerraram mais de 2 mil postos de trabalho, enquanto em todo o sistema financeiro, do qual os bancos fazem parte, está havendo o aumento de empregos. Reivindicações da categoria - Reajuste salarial que corresponda à reposição pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%; - Melhoria nos percentuais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR); - E melhorias nas demais verbas, incluindo tickets alimentação e refeição, auxílio creche e auxílio babá.
Os trabalhadores reivindicam ainda: - Fim da gestão por metas abusivas, que tem gerado adoecimento na categoria; - Reforço aos mecanismos de combate ao assédio moral e sexual; - Direito à desconexão fora do horário de trabalho; - Direitos para pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes; - Suporte aos pais e mães de filhos com deficiência; - Mais mulheres na TI; - Combate à terceirização e garantia de empregos; - Jornada de trabalho de quatro dias; - Ampliação do teletrabalho. Direitos e não benefícios "Todas as conquistas obtidas pelos bancários e bancárias que já estão na CCT, são inovações que não têm previsão legal, como as mesas permanentes sobre saúde, segurança e igualdade de oportunidades, 13º auxílio alimentação, auxílio para trabalhadores com filhos com deficiência, complementação de auxílio previdenciário e tantos outros. São direitos conquistados e não benefícios dos bancos que querem retirá-los. Mas nós não vamos permitir! Além de justos, porque a categoria é diretamente responsável pelos lucros dos bancos, são direitos que servem de modelo para as demais categoriais e que apontam para uma sociedade mais inclusiva e não concentradora de renda", pontuou Juvandia Moreira.
Fonte: CONTRAF |