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Nem a chuva que caiu na manhã desta quarta-feira (31 de agosto) impediu que os bancários da base do Sindicato de Mogi das Cruzes saíssem às ruas da cidade para dar seu recado: querem reajuste salarial de 14,78% e nenhum direito a menos. O ato marcou o lançamento oficial da Campanha Nacional Unificada 2016 e mobilizou trabalhadores das agências de Mogi, Suzano, Poá, Biritiba Mirim e Salesópolis que deixaram claro que a proposta rebaixada de 6,5% da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) levará a categoria à greve a partir do dia 6 de setembro.
Várias lideranças acompanharam a manifestação que contou com a presença da caravana da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Fetec/CUT), entre elas representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), dos Sindicatos dos Bancários de Taubaté, Guarulhos e do Grande ABC.
A animação ficou por conta de Olímpio & Sua Banda. Com o apoio da Polícia Militar, os dirigentes sindicais se concentraram no largo do Rosário (Praça da Marisa), de onde seguiram em passeata pela Avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco, a Avenida dos Bancos, percorrendo as principais agências do centro cidade para denunciar a exploração dos banqueiros, que seguem ampliando seus lucros com a cobrança de tarifas elevadas de seus clientes e com a exploração de seus funcionários.
Além do reajuste salarial de 14,78% (incluindo reposição da inflação mais 5% de aumento real), os bancários reivindicam Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 8.317,90, piso de R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último), vales alimentação, refeição, 13a cesta e auxílio creche/babá no valor de R$ 880 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
A minuta de reivindicações da categoria foi entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 9 de agosto e as negociações tiveram início dia 18. A pauta dos bancários também inclui a defesa das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora, ameaçados pelo governo de Michel Temer.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Mogi das Cruzes e Região, Francisco Candido destacou que não houve avanço nas negociações, o que levará a categoria à greve:
“Nesta sexta-feira (2/9) estaremos reunidos em Assembleia para avaliar a proposta de 6,5% da Fenaban, que está muito aquém da nossa reivindicação, pois sequer repõe a inflação e ainda não garante aumento real nos salários. Diante dessa afronta dos banqueiros, que continuam contabilizando lucros exorbitantes mesmo num cenário de crise, o indicativo é de rejeição da proposta e greve a partir do dia 6 de setembro”, diz. |